Em janeiro, as operações de crédito para comprar casa atingiram 1.522 milhões de euros, uma redução de 567 milhões face a dezembro, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Os empréstimos concedidos, sobretudo aos jovens com menos de 35 anos – que beneficiam da garantia pública – representaram 45% dos novos contratos. Embora o montante financiado seja inferior ao registado no final de 2024, o volume dos novos contratos superou, em 313 milhões, os créditos atribuídos para a mesma finalidade em janeiro do ano anterior. Este cenário evidencia que, apesar do ritmo de operações estar mais contido, o mercado mantém sinais de resiliência e adaptação às condições económicas atuais.

Num contexto de políticas monetárias dinâmicas, é importante salientar que as taxas EURIBOR têm vindo a registar uma tendência de descida contínua. Esta redução das taxas não está diretamente relacionada com o volume dos créditos habitação, mas sim com as medidas implementadas pelo Banco Central Europeu para combater as pressões inflacionistas e estimular o crescimento económico. Com a diminuição das taxas de juro, os encargos mensais associados aos empréstimos à habitação tendem a tornar-se mais acessíveis, o que representa uma vantagem significativa para as famílias que já possuem crédito à habitação e para potenciais compradores.

A descida das taxas EURIBOR tem vindo a refletir-se na redução das prestações mensais dos créditos. Em alguns contratos, a redução pode atingir até 110 euros, o que traduz um alívio considerável para os orçamentos familiares. Este cenário de prestações mais baixas torna o processo de aquisição da casa própria mais viável, sobretudo num momento em que o mercado imobiliário enfrenta desafios como os preços elevados dos imóveis, especialmente nas grandes áreas urbanas. Assim, a diminuição das taxas de juro constitui não só uma resposta às condições macroeconómicas, mas também um incentivo direto para novos investimentos no setor.

O ambiente atual, em que o crédito para comprar casa apresenta um volume inferior ao de períodos anteriores, deve ser interpretado de forma estratégica. Embora os montantes concedidos tenham diminuído, a redução contínua da EURIBOR tem aberto a possibilidade de se beneficiar de prestações mensais mais baixas. Esta combinação de fatores pode transformar um cenário aparentemente retraído num momento oportuno para investir e realizar novos contratos de crédito à habitação. Para os investidores e para os futuros compradores, o atual momento representa uma oportunidade de entrar no mercado com condições de financiamento mais atrativas e menos onerosas.

Além disso, o mercado beneficia de uma estabilização da taxa média de juro, atualmente fixada em 3,22%, após um período de 14 meses consecutivos de descida. Esta estabilidade indica que, apesar das variações no volume dos créditos concedidos, os bancos mantêm condições competitivas que favorecem a continuidade dos financiamentos. Tal constatação é encorajadora, pois sugere que o ambiente de crédito se mantém saudável e adaptável às exigências do mercado, permitindo aos consumidores uma maior segurança e previsibilidade na gestão dos seus compromissos financeiros.

Outro aspeto a considerar é a evolução dos contratos de crédito renegociados, que, apesar de representarem uma fatia do total das operações, evidenciam a capacidade dos bancos em ajustar as condições dos empréstimos às realidades económicas dos mutuários. Esta flexibilidade, aliada à descida das taxas de juro, pode ser decisiva para aqueles que procuram reduzir os encargos mensais e melhorar a sua situação financeira, ao mesmo tempo que torna a aquisição da casa própria uma opção mais alcançável.

É fundamental analisar este panorama à luz de uma estratégia de médio e longo prazo. O facto de haver menos créditos habitação efetuados num primeiro momento do ano pode ser interpretado como uma pausa necessária para a reavaliação do mercado. Com a tendência de queda da EURIBOR, as prestações mensais mais acessíveis oferecem um cenário promissor para futuros contratos. Este ambiente, se mantido, poderá dinamizar o mercado imobiliário, incentivando não só quem já detém um crédito à habitação, mas também novos compradores e investidores interessados em aproveitar as condições de financiamento atuais para realizar o sonho da casa própria.

Mesmo com a redução dos montantes financiados, o contexto de taxas de juro em queda apresenta oportunidades claras para quem deseja comprar casa ou investir no setor. As condições de crédito estão a evoluir e a oferta de prestações mais baixas pode, a médio prazo, impulsionar a confiança dos consumidores e dinamizar o mercado imobiliário português, tornando este momento particularmente interessante para o investimento em novos créditos à habitação.
Fonte: SUPERCASA