Quem procura uma habitação de gama alta valoriza a qualidade construtiva, os serviços complementares e as valências de apoio – e Portugal responde a essas exigências.

Embora um contexto de adversidade económica tenha impulsionado o reconhecimento do país nesta área – levando à implementação de diversos programas de incentivo ao investimento estrangeiro, como os Golden Visa e o Regime de Residentes Não Habituais – o nosso percurso já é longo e vai muito além dessas iniciativas iniciais.
 

O Algarve, sempre clássico e pioneiro, mantém a sua posição de destaque. No entanto, nos últimos 10 anos, Lisboa ganhou projeção internacional, equiparando-se em popularidade a outras capitais europeias. O Porto, por sua vez, ascendeu no ranking das melhores cidades da Europa, tornando-se um destino cada vez mais procurado para habitação neste segmento. Além destas, localizações como Cascais e Comporta emergiram como outros destinos de eleição em Portugal, país que se tem afirmado como um refúgio para muitos investidores e residentes internacionais.

No Algarve, continuam a dominar os ingleses, irlandeses e nórdicos. Mas o Reino Unido vai muito além do Sul. Com o Brexit, os novos compradores britânicos escolhem os ambientes de centro de cidade, para primeira ou segunda habitação.

Também os franceses vieram, numa primeira fase atraídos pelos regimes de incentivo, mas são atualmente um dos países mais ativos na compra deste tipo de habitação, com marcada preferência por construções antigas reabilitadas e casas com um certo charme histórico.

Por sua vez, os brasileiros consolidam-se como uma presença significativa no mercado imobiliário português. A instabilidade crescente no Brasil tem impulsionado um fluxo cada vez maior de compradores deste país. No entanto, é inegável que o forte elo cultural desempenha um papel crucial, fazendo com que os brasileiros se destaquem atualmente como a principal comunidade estrangeira na aquisição de imóveis de luxo em Portugal. A sua preferência marcante recai sobre o modelo residencial de condomínio, especialmente em localizações costeiras privilegiadas, como Cascais, onde a proximidade do mar é um atrativo adicional.

Os Estados Unidos também parecem ter descoberto Portugal. O contexto político, fez aumentar o fluxo de norte-americanos a procurar a Europa e, no Velho Continente, muitos preferem o nosso país. A proximidade ao mar é especialmente procurada pelos compradores oriundos da Florida e Califórnia.

Mas muitos mais vieram, não só em busca de um refúgio, mas também devido à crescente mobilidade profissional. O mercado asiático foi o primeiro – ainda no contexto dos Golden Visa -, e hoje são muitas e completamente dispersas as nacionalidades que compram imobiliário high end de Portugal. Devido à situação geopolítica, observa-se também um crescimento significativo de compradores provenientes da Ucrânia, Rússia, Polónia, Israel e Médio Oriente. Além disso, o Canadá emerge como um novo mercado promissor, sem esquecer os mercados mais tradicionais como a Itália e Angola.

Finalizamos com uma nota particularmente gratificante. Os portugueses estão cada vez mais ativos na escolha do seu próprio país. Se em 2023, fizeram 52% das compras neste segmento, de acordo com o ranking interno que temos das transações mediadas pela JLL, em 2024 foram já 65%. É a prova em definitivo de que o nosso país é uma excelente escolha para se viver.
Fonte:Casas de luxo atraem estrangeiros para Portugal – Observador